terça-feira, 11 de outubro de 2016

Nepal - Dia 10 (Kathmandu e Pokhara)

A breve estadia no Nepal permite confirmar algumas "suspeitas" da noite anterior, isto é, trata-se de um país com uma melhor distribuição de riqueza, não se percebendo de forma tão notória sinais de pobreza extrema como na Índia, sendo evidente uma maior limpeza das ruas, poucos animais a circular por essas mesmas ruas e até algum nível de planeamento urbanístico (à falta de melhor palavra).

Contudo, a falta de movimento de pessoas e viaturas nas ruas será provavelmente ilusório uma vez que nesta altura decorre no Nepal um período de férias de duas semanas, devidas a celebrações religiosas, o denominado Dashain, durante as quais se celebra de forma bastante notória esse período seja porque quase todas as mulheres e meninas (os homens nem tanto) se vestem de forma quase idêntica, com trajes vermelhos vivos e engalanadas com adereços alusivos às festividades, seja porque basicamente todos os serviços públicos estão fechados durante esse período.

É também notório que o tempo no Nepal não é tão quente e com uma humidade relativa consideravelmente mais baixa do que na Índia facto a que, presumo, não seja alheio este território se situar quase totalmente acima dos 1000 metros de altura e estar literalmente rodeado das maiores montanhas no mundo.

Ficando a visita a Kathmandu propriamente dita para quarta-feira, dirigimo-nos à cidade de Pokhara, que distam uma da outra em cerca de 200 kms, nada que não se faça em... 6 horas.

E isto porquê se nem há trânsito conforme atrás se referiu?

Junte-se uma estrada que frequentemente parece mais uma picada, a um ziguezaguear permanente pela montanha e uma viatura que raramente "mete a quinta" e facilmente se perceberá o porquê.

Felizmente o trajecto é absolutamente deslumbrante, sempre por montanhas repletas de densas florestas ou com vastas plantações agrícolas (em especial o arroz) e grandes vales banhados por rios cujo caudal provém dos Himalaias, para se compreender que não pode existir qualquer monotonia numa viagem que permite observar as luxuriantes paisagens do Nepal, sempre com as montanhas em fundo, autênticas rainhas do horizonte.

Pokhara é uma cidade surpreendentemente turística, por se situar numa zona que permite usufruir de um conjunto de facilidades, nomeadamente desportos radicais, trekking pelas montanhas, sendo também "vizinha" de uma das montanhas mais procuradas pelos alpinistas, o Annapurna, apesar deste se esconder grande parte do dia tal como a sua abundante neve atrás das espessas nuvens.

Por tudo isto Pokhara acaba por ter uma oferta hoteleira e de restauração bastante assinalável e de qualidade acima da média, onde até é possível comer porco ou optar por um restaurante de outras latitudes (no nosso caso a escolha recaiu, e ainda bem, por um Coreano).

Mas não foram esses os motivos que nos trouxeram até Pokhara.

O que verdadeiramente nos trouxe foi a possibilidade de usufruir da sua abundante riqueza natural, entre a qual se destaca fortemente o seu enorme e limpo lago (o segundo maior do Nepal), ladeado por uma imensa floresta, onde reina o silêncio ou onde é possível avistar um deslumbrante pássaro de asas azuis, de nome Kingfisher, curiosamente o nome da principal cerveja da Índia.

Outros são os motivos para a vinda a Pokhara, mas apenas serão revelados amanhã e para isso será necessário acordar às 04:30 da manhã.

Talvez alguns entendam que estes "sacrifícios" (fazer horas seguidas de carro ou levantar cedíssimo) não serão verdadeiras férias. Mas acreditem e acho que todos sabemos mais ou menos isto: quando estamos onde queremos e com queremos estar, não há nada mais recompensador do que ter umas férias assim.




Sem comentários:

Enviar um comentário