domingo, 25 de agosto de 2013

O burro e a cenoura


Os seres humanos procuram de todas as formas, maneiras para obter a felicidade plena.
 
A frase com que este breve texto se inicia não é minha, nem tão pouco tenho qualquer pretensão em usurpar a sua paternidade à custa daquele que, de forma mais ou menos anónima, a terá pronunciado pela primeira vez.
 
Será apenas o mote para o que se há-de seguir procurando dessa forma concluir que, em determinados momentos da nossa vida, parecer ser mais fácil conseguir que alguém, de forma não necessariamente genuína, nos facilite, ainda que de forma aligeirada, essa mesma procura, fazendo chegar até nós uma parcela da referida felicidade.
 
Refiro-me, no caso vertente, a um período relativamente curto mas ainda assim indefinido na sua duração que antecede qualquer acto eleitoral em que um conjunto de personalidades - mais ou menos conhecidas - surge publicamente a prometer de tudo um pouco mas que, no essencial, se reconduzirá a uma presuntiva melhoria da condições de vida das pessoas, seja numa perspectiva colectiva ou meramente particular.
 
Esse período, quando coincidente com as eleições autárquicas, traz para a "primeira fila" um vastíssimo campo de oportunidades de cada cidadão poder ser confrontado com a face mais visível daquilo que se convencionou chamar de populismo.
 
Não falo sequer daquela "célebre" tendência para aproveitar o último ano de mandato para iniciar quase todas as obras que deveriam ter principiado logo no seu inicio, nem tão-pouco do evidente esbanjamento de dinheiros públicos em empreitadas de duvidoso gosto mas sobretudo de muito questionável utilidade para o cidadão-comum.
 
Nesta altura, parece-me circunstancialmente mais adequado abordar a actuação daqueles autarcas ou candidatos a tal lugar que, de uma forma dissimulada, decidem "comprar" os votos dos eleitores das suas regiões, fazendo uso de um altruísmo de conveniência, através da "ofertas" feitas directamente a esse mesmos eleitores.
 
Recordo-me, em particular, da "famosa" cena do Major Valentim Loureiro que em 1993 haveria de conquistar a câmara de Gondomar após uma campanha eleitoral que seria então apelidada para memória futura como a "campanha dos eletrodomésticos", pelo facto do futuro presidente de câmara ter distribuído diversos utensílios de cozinha pelos habitantes de Gondomar, de forma quase graciosa, não tivesse essa benesse a perspectiva imediata de ser compensada com um voto nas urnas. 
 
A recordação deste "episódio" reconduz-me nos tempos que correm, isto é, a pouco tempo de um novo acto eleitoral autárquico, à noticia de que o Dr. Luís Filipe Menezes terá pago "rendas e outras despesas a moradores da Invicta com dificuldades económicas" (sic).
 
Para além do facto já de si "suis generis" de, aparentemente, este pagamento ter sido efectuado no seu gabinete na câmara que actualmente preside e que fica precisamente do outro lado do rio, será forçoso concluir que a mesma pessoa que em tempos não muito remotos apareceu na televisão acompanhado da família clamando ao vento em lágrimas que não "queria saber mais de política" (sic) por estar a ser investigado num processo de pagamento de umas "viagens-fantasma" por parte de entidades pouco transparentes, encarna na perfeição o espirito populista a que atrás me referi.
 
Aliás, em matéria de choro não haveria de ficar por aqui a especial sensibilidade do Dr. Luís Filipe Menezes foi também nesse estado que, anos mais tarde, haveria de abandonar um certo congresso do seu partido após ter apelidado boa parte dos seus próprios correligionários de "sulistas, elitistas e liberais" (sic), facto que não impediu que viesse posteriormente a liderar esse mesmo partido onde não haveria de ficar mais de um ano, acossado internamente "por todos os lados" fruto de uma manifesta incapacidade de liderança.
 
A verdade é que se os gatos têm - diz a lenda - sete vidas para viver antes de morrer, o Dr. Luís Filipe Menezes parece evidenciar uma capacidade de "renascer" logo após cada uma das suas diversas quedas, pelo que não foi de estranhar que tal tivesse sucedido uma vez mais quando regressa triunfante à frente dos destinos da Câmara de Vila Nova de Gaia, onde haveria de permanecer durante 3 mandatos consecutivos, até que a conjugação de uma lei de limitação de mandatos que cada um parecer interpretar de maneira distinta e a sua própria ambição o fazem atravessar a ponte em direcção à segunda cidade mais importante do país. 
 
Para trás fica uma gestão financeira da câmara de Gaia que coloca esta edilidade no segundo lugar do pódio entre as câmaras mais endividadas de Portugal e, a avaliar pela forma como agora e sem sequer ter sido eleito parece querer gerir o dinheiro público por via das alegadas "ofertas" de dinheiro - a que se junta um número significativo de promessas a suportar, quase em exclusivo, pelo erário público -  que, dentro em breve, irá a capital do Norte ultrapassar o nada invejável registo de Vila Nova de Gaia, excepto se, até lá e tal como ele gostaria, não tiver passado a existir uma única cidade que nem o rio conseguirá separar.
 
A avaliar pelas intenções de voto que lhe atribuem uma vitoria nas próximas eleições autárquicas impõem-se que retome agora a frase inicial, pois dessa forma tornar-se-á mais fácil concluir que as pessoas parecem, de facto, perseguir continuamente uma felicidade que basicamente é motivada pelas nossas próprias expectativas mas, em demasiadas circunstâncias, pela ganância que é colocada à sua frente por alguns políticos. Assim vão as cousas.



domingo, 18 de agosto de 2013

NS / NR


Recentemente, dei por mim a fazer contas de cabeça tentando perceber em quantos actos eleitorais já haveria participado, tendo por base um pressuposto bastante relevante para mim próprio de que, desde que estou legalmente habilitado para tal, nunca por uma só vez deixei de exercer o meu direito de voto, passando para terceiros a “responsabilidade” de decidir por mim.

Não faço, portanto, parte daquele conjunto de cidadãos que, embora legitimamente, se abstém de votar, “transformando” os resultados eleitorais dessa mesma abstenção num dos falsos vencedores das noites eleitorais, como de se um falso partido igualmente se tratasse.

Efectuados uns cálculos relativamente simplistas cheguei à conclusão que já tive ocasião de deixar a minha cruz em boletim de voto por 21 vezes, distribuída por 5 presidenciais, 7 eleições legislativas, 6 autárquicas a que devo acrescer 3 consultas populares, vulgo referendos.

O resultado dessas votações não é relevante para o efeito pois, como não podia deixar de ser, a soma de todos esses actos eleitorais resulta necessariamente na expressão práctica da democracia em que nalgumas vezes se ganha e noutras se perde, facto que também democraticamente tenho de aceitar e respeitar.

A parte curiosa de todo este período que, contas feitas abrange um período de cerca de 23 anos, é que nunca pelo meio fui “chamado” a pronunciar-me num outro exercício de votação a que se convencionou chamar de “sondagens”, sejam elas de forma remota ou aquelas que pela proximidade com os locais da votação se apelidam de “à boca da urna”.

As razões para tal “omissão” não são perfeitamente claras, podendo situar-se entre a mera casualidade, a ausência de perfil ou mesmo por não dispor de “residência com telefone fixo” (curioso predicado na época das comunicações móveis) para servir de amostra para esta espécie de antecipação teórica dos resultados eleitorais se os mesmos se realizassem numa data distinta e por vezes distante daquela em que efectivamente decorrerá o acto eleitoral.

Não obstante, o facto de não “pertencer” ao núcleo de cidadãos que, pelos vistos, define o sentido geral de voto da restante população, não determina que o meu interesse sobre o acompanhamento das sondagens seja menosprezado, expressão não deve ser confundida com a relativização das respectivas projecções.

Ora acontece que, entre os dias 24 e o dia 31 de Julho deste mesmo ano, três entidades distintas (Eurosondagem, Pitagórica e Univ. Católica) efectuaram, cada uma delas, uma sondagem que veio posteriormente a ser divulgada junto dos órgãos de comunicação social com as quais cada uma delas trabalha directamente.

A avaliar pelos resultados de cada uma das referidas sondagens sobra a dúvida se as mesmas foram realizadas no mesmo país, dando por certo que não o foram certamente pelos mesmos critérios, pois seria previsível que se tal tivesse acontencido e tendo por base que o período da amostra é precisamente o mesmo não deveria (ou não seria suposto) que a divergência de resultados fosse tão notória, a saber:

Eurosondagem
25 a 31 de Julho
Pitagórica
24 a 28 de Julho
Univ. Católica
27 a 29 de Julho
PS: 37,4%
PSD: 24,4%
CDU: 12,5%
CDS-PP: 7,7%
BE: 7,5 %
PS: 34,6%
PSD: 24,1%
CDU: 13,1%
BE: 8,7%
CDS-PP: 8,1%
PS: 35%
PSD: 32%
CDU: 11%
BE: 7%
CDS-PP: 3%

Independentemente do mesmo sentido de voto num único partido que resultaria vencedor das próximas eleições se as mesmas se “realizassem hoje”, a verdade é que essa mesma victória parece mais ou menos categórica de sondagem para sondagem.

Entre os 13 pontos percentuais da Eurosondagem e o empate técnico da Univ. Católica parece não haver exactamente qualquer motivo absolutamente coerente que justifique tamanha disparidade, ainda que aparentemente possa ser justificada pelo “desvio” das intenções de voto no CDS-PP que, uma vez mais de acordo com a Univ. Católica, quase “desaparece” do mapa eleitoral com uma percentagem que não tem paralelo em qualquer das outras sondagens.

O “problema” da disparidade entre as diversas sondagens não se coloca, contudo, unicamente na diferença entre as respectivas percentagens mas sobretudo na interpretação que a partir das mesmas cada um lhes queira dar, sendo que raramente é efectuado um exercício comparativo entre elas pelos diferentes órgãos de comunicação social

Ora, é precisamente por aqui que reside o busílis da questão uma vez que se a sondagem poderá constituir uma forma de condicionamento da opinião pública relativamente ao “comportamento” dos partidos, esse condicionamento será ainda maior se essa valoração partir do livre arbítrio de um órgão noticioso ou mesmo dos próprios partidos políticos.

Fica, portanto, a dúvida se não será este precisamente o objectivo destas sondagens permitirem sobre elas mesmas a interpretação que cada um quiser tirar, eliminando quase totalmente o suposto (e pressuposto) rigor da amostra populacional que lhe está subjacente.

Contudo, aquilo que as pessoas por detrás desta ausência de rigor parecem ignorar é que, por causa disso mesmo, a credibilidade das sondagens tem vindo a ser sistematicamente questionada, porventura até ao momento em que se tornarão de facto irrelevantes.

Pela minha parte continuarei a entender que verdadeiramente a sondagem que conta é aquela que remete para pleno exercício de um dos mais sublimes momentos em democracia, isto é, aquele em que cada um de nós escolhe aqueles que – bem ou mal – nos hão-de representar. Assim vão as cousas.

Post Scriptum 

Para uma análise mais aprofundada sobre o tema das sondagens recomendo vivamente o blog do Dr. Pedro Magalhães (http://www.pedro-magalhaes.org/)

domingo, 11 de agosto de 2013

Grandes esperanças


O projecto da União Europeia comemora, por esta altura, o seu primeiro quarto de século de vida e, conforme é praxe nestas ocasiões, tem sido tempo de fazer o balanço deste período que, no essencial, corresponde a hiato temporal normalmente associado às mudanças geracionais, ou seja e em teoria, aqueles que 1988 acabavam de nascer estarão, 25 anos depois, a ser eles próprios progenitores da geração que se lhes há-de seguir.

Contudo, este hiato é também o período normalmente convencionado para permitir uma análise histórica dos factos com o necessário distanciamento em relação ao momento da sua criação, presumindo-se que qualquer avaliação desse género, isto é, em “cima do acontecimento”, impede uma leitura isenta e sobretudo com a amplitude necessária ao rigor que se presume nortear a actividade dos historiadores.

Não deixa, portanto, de ser curioso que, utilizando a referência a uma mudança geracional que dá o mote à presente dissertação, se fale actualmente numa “geração perdida”.

Devo referir, contudo, que esta conclusão parece precipitada porque, em bom rigor, pretendendo efectuar uma espécie de resumo analítico dos últimos 25 anos da história do “velho continente” acaba por deixar-se influenciar pelos eventos que, nos últimos 5 anos, têm arrastado a Europa Comunitária e o “projecto Europeu” para uma crise sem precedentes e, pior que tudo, sem perspectivas de futuro.

É como se para esta “nova” fase fosse necessário aguardar por um período equivalente ao que agora se “comemora” para o poder avaliar convenientemente, situação para a qual quem se encarrega de efectuar uma tal avaliação não parece manifestamente interessante.

E, no entanto, seria importante que tal sucedesse, sobretudo no que se refere a Portugal, nomeadamente procurando perceber onde nos encontrávamos enquanto membro de pleno direito da CEE e onde nos encontramos actualmente.

A melhor forma de “responder” à primeira questão é possível, curiosamente, através de um mero exercício de dirigir o nosso olhar para algo que nos rodeia e, dessa forma, verificar que desde as grandes marcas de distribuição, às estações privadas de televisão ou centros comerciais de referência estão, também elas próprias quase todas a festejar os seus primeiros 25 anos de existência em Portugal.

Parecendo uma mera coincidência, a verdade é que não o é.

Portugal, simplesmente, não “existia” do ponto de vista de uma economia de mercado sem “fronteiras”, e essa “nova vida” só passou a existir a partir do momento em que passou a fazer parte do mercado único europeu, do qual o sistema da moeda única seria o corolário lógico.

Os portugueses passaram então a poder ter acesso a bens e serviços que não só não existiam anteriormente por estas paragens e que apenas poderiam aceder saindo do próprio país, algo que não estava exactamente ao dispor do cidadão comum.

Este imenso espaço de progressão, que terá algum paralelo com a situação vivida pelos países de Leste após a queda do muro de Berlim, proporcionou um vasto campo de possibilidades a quem entendeu investir em Portugal nessa ocasião.

O “problema” é que Portugal não “entra” na União Europeia em condições de igualdade com a generalidade dos seus parceiros europeus pois se há algo que a data “festiva” da EU permite actualmente perceber com clareza é que o país que havia beneficiado em larga escala de fundos estruturais precisamente para poder estar no comboio da frente quando a união de concretizasse é precisamente o país que mais desaproveitou essa mesma oportunidade.

Ou seja, quando a Portugal é pedido que caminhe à mesma velocidade dos seus parceiros parece querer ignorar-se que para chegar ao ponto de partida dos demais Portugal ainda teria de correr bastante.

Se a este “pequeno” detalhe se juntar uma tendência quase crónica para um excessivo endividamento e uma propensão endémica para baixos níveis de produtividade (que passou a ser associado a um consumo excessivo) facilmente se perceberia que não seriam precisos 25 anos para se chegar à conclusão que aquele que não parte ao mesmo tempo dos outros dificilmente lhes apanhará o passo no futuro.

Infelizmente, assim foi e o mais que se tem visto é que a qualquer sinal de crise Portugal parece funcionar como uma espécie de doente crónico que, fruto das suas fragilidades estruturais, mais depressa agrava os seus sintomas do que lhes ganha alguma espécie de resistência.

Acontece que, nos termos que correm, qualquer sintoma de doença parece condenado a transformar-se numa pandemia e, talvez por analogia a esta imagética medicinal, se fale agora como nunca nos “riscos de contágio”.

Ora, estes riscos só são explicáveis com a dimensão que actualmente têm porque a União Europeia ao invés de se ter tornado na maior potência económica mundial gerou para si própria uma incapacidade de agir como tal, de onde resulta que a sua maior força – a moeda única – é hoje provavelmente a sua maior fraqueza sendo, cada vez com maior frequência, questionada a sua utilidade.

A União Europeia actual está em contraciclo com os seus pressupostos iniciais, com sucessivos anos de estagnação ou recessão, com um desemprego descontrolado e com uma moeda em sucessiva perda face às suas principais “concorrentes”.

A aparente supremacia de um dos seus membros – a Alemanha – face aos demais acentua a desconfiança sobre quem serão de facto os principais responsáveis pela actual crise e quem são aqueles que precisamente mais ganham com ela.

Por isso mesmo atrevo-me a dizer que se a história da União Europeia nos últimos 25 anos está agora a ser escrita fica por saber se daqui a 25 anos sobrará algo desse projecto para escrever. Assim vão as cousas.

domingo, 4 de agosto de 2013

A vida e tudo o mais

Por motivos pessoais que não relevam circunstancialmente para o tema que me proponho desenvolver, tive necessidade de, nos últimos anos, tornar-me um “frequentador” - com menor assiduidade do que devia, diga-se – de alguns lares de 3ª idade.

Estes locais, por vezes vistos com alguma desconfiança, constituem o último reduto ou habitação para muitas pessoas que neles entrando com maior ou menor saúde, raramente deles saem, por mais que nos custe admiti-lo, com vida.

Estou em crer que cada um de nos terá sempre, num determinado momento da sua vida, a forte convicção que, naquilo de que cada um depender, jamais tomará uma decisão que fundamentalmente implica a deslocação de um familiar do seu ambiente natural para um espaço que lhe é totalmente estranho.

Este espaço já não será jamais aquele local onde esse mesmo familiar fará novas amizades (uma espécie de segunda escola) ou sequer terá condições para partilhar as suas experiências de vida.

Nada disso, simplesmente parece impossível que tal suceda tal é o distanciamento físico e mental que separa as pessoas nestas condições, mesmo que possam estar quase sempre sentados lado a lado.

Estão ainda connosco, mas o seu tempo já não é deste mundo.

Por isso mesmo a convicção a que aludi anteriormente colide demasiadas vezes com uma realidade incontornável, isto é, a incapacidade de alguém assegurar autonomamente o seu bem-estar e saúde, passando a necessitar de um acompanhamento que – atrevo-me a dizê lo – nem às crianças é tão indispensável.

Nessa altura, torna-se imperioso tomar aquela que será sempre uma das decisões mais difíceis que alguém terá te tomar durante a vida, mas também aquela que terá de ser a mais consciente.

Uma decisão em nome de quem já não está em condições de tomar decisões: a decisão sobre qual a melhor opção sobre aqueles que são mais próximos, sabendo que tal opção nos pode objectivamente afastar fisicamente dessas mesmas pessoas.

A um exercício de uma espécie de demagogia interior a partir do qual se pretende fazer crer que uma tal opção representa apenas e só a forma suprema de egoísmo junta-se normalmente uma quase irracional percepção de que a situação concreta que carece da referida opção poderá ainda ser revertida, como se de uma mera constipação passageira de tratasse.

Infelizmente, contudo, a realidade ultrapassa quase sempre as nossas próprias convicções.

Talvez seja a esta contradição aquilo a que chamamos destino.

Frente ao espelho fixo-me nos cabelos brancos que progressivamente se vão substituindo àqueles de outra cor que me têm acompanhado toda a vida e percebo que algo muda e vai continuar a mudar.

Resta-me esperar mas sobretudo desejar, que a sorte e a fortuna não permitam para mim próprio um tal destino. Assim vão as cousas.