quarta-feira, 27 de junho de 2012

Palácio Benagazil

Costuma dizer-se que grande parte do que nós somos começa na escola, desde cedo, logo na Creche.

No meu caso tudo começou aqui, no Palácio Benagazil, junto ao Aeroporto de Lisboa, onde os funcionários da Transportadora Aérea deixavam os seus filhos.




O tempo, contudo, não tem sido "simpático" para a estrutura do edifício e do espaço envolvente.

Espero que ainda seja possível a sua recuperação, para que no futuro não seja apenas uma memória pessoal minha e de todos aqueles que por lá passaram.

domingo, 24 de junho de 2012

A genealogia de um povo - Parte I

Devo confessar que poucos são os temas sobre os quais a minha vontade pessoal em me debruçar sobre eles é mínima ou mesmo nula.

E um desses temas é o futebol.

Tal entendimento não deriva de uma menor gosto por esta modalidade mas, tão-somente, por entender que sobre o mesmo são já tantos que falam e escrevem que, creio, pouco ou nada restará para dissertar adequadamente sobre esta matéria.

Contudo, nos dias que correm, é quase incontornável abordar esta temática, fruto, claro está, do evento do Campeonato Europeu.

Com a auto-restrição que me impus relativamente à abordagem aos assuntos do futebol, a minha visão só poderá centrar-se na forma como os portugueses lidam com a perspectiva de sucesso ou insucesso que naturalmente decorre de qualquer competição.

A primeira constatação é a que resulta de uma espécie de exacerbamento patriótico de parte significativa da população traduzido no arvorar da bandeira nacional e no recorrente trautear do hino, simbolicamente de mão no peito.

Nada me move contra este movimento com tão forte carga simbólica embora, e esta é a perspectiva que me interessa abordar, entenda que tamanha manifestação de “carinho” pelos símbolos da nação não pode nem deve cingir-se a eventos que ocorrem de dois em dois anos, no curto espaço de um mês (ou menos, consoante a prestação da equipa nacional) e, ser quase exclusiva de quem seja aficionado do chamado “desporto-rei”.

Bem pelo contrário, este espírito deveria ser transversal a todos os portugueses e em qualquer circunstância, isto é, não ser temporalmente circunscrita e não se resumir ao desempenho da Selecção Nacional nesse mesmo período.

Deveria, antes de mais, ser um sentimento que nos deveria acompanhar em todos momentos, numa perspectiva de superação pessoal e colectiva, tanto mais relevante em períodos de crise como os que atravessamos.

Dessa forma, a valorização da nossa cultura milenar, a preservação dos espaços públicos, do respeito pelos símbolos e instituições, exercício de uma cidadania activa e de cívismo, entre muito outros aspectos simbólicos, ganharia uma nova força, porventura menos mediática mas certamente não menos importante.

Infelizmente “percebe-se” que assim não seja.

O futebol é, há largos anos, uma espécie de escape de um sentimento colectivo, nele se congregando simultaneamente todas as ambições mas igualmente o seu oposto, ou seja, também as frustrações.
Tal é particularmente “visível” na forma extrema como lidamos nesses momentos concretos com as vitórias ou com as derrotas, a partir dos quais “flutuamos” quase sempre entre a euforia extrema e a desilusão profunda.

De igual modo é mais do que evidente que o “desviar” da atenção mediática para este tipo de eventos tem um efeito de descompressão relativamente àqueles sobre os quais incidem normalmente os “holofotes”, isto é, o Governo e respectivos membros, independentemente da cor política de ocasião.

Esta circunstância traz-me à minha memória a letra da canção “Meu Caro Amigo” de Chico Buarque que dizia assim:

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol

Enquanto boa parte dos cidadãos estiver “entretido” com este tipo de eventos desportivos ou mega concertos, a acção governativa estará certamente menos exposta à opinião pública e, diria mesmo, da própria atenção das oposições.

Por isso mesmo o refrão da referida canção acabava invariavelmente por dizer que:

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A síntese de tudo isto é que o sentimento de uma verdadeira nacionalidade não se deve por um lado resumir à adesão em massa a eventos de natureza fugaz nem levar-nos a pensar que nesse mesmo período os problemas que a todos nos afectam deixaram de existir ou sequer se encontram suspensos temporalmente. 

Ontem, ao cruzar uma rua deparei-me com um conjunto de crianças que não teria mais de 3 anos e que gritavam em coro por Portugal e esta imagem e som recordou-me - com alguma emoção, diga-se – que o sentimento expresso por essas crianças era puro, por ser simultaneamente incondicional mas igualmente inocente e absolutamente sincero.

Não consigo imaginar melhor lição para todos nós. Assim vão as cousas.

domingo, 17 de junho de 2012

EB1 de BATUDES (2)


EB1 de BATUDES

No passado dia 7, em dia feriado, um conjunto vasto de pessoas, incluindo professores, pais e encarregados de educação, familiares e amigos e, claro está, os alunos, deitaram mãos à obra e transformaram a Escola Rural de EB1 de Batudes numa escola melhor.

Os jornais locais registaram para a posteridade esta iniciativa.







Curva perigosa

Durante largos anos “contestei” o princípio filosófico de Nietzsche da “teoria do eterno retorno” por entender que o ser humano dificilmente cometerá contra si próprio os mesmos erros do passado, na perspectiva de que teria necessariamente aprendido a respectiva “lição” com esses mesmos erros.
Confesso, agora, a minha ingenuidade depois de analisar os resultados eleitorais em França e na Grécia.
Estes dois Estados para além de pertencerem ambos ao velho Continente, fazerem parte da União Europeia, partilharem a mesma moeda e, estarem ambos metidos “até ao pescoço” no profundo abismo no qual a Europa parece estar a cair vertiginosamente, tiveram no momento das respectivas eleições gerais – num caso para a Presidência e no outro para a escolha do Governo – um outro factor que os “aproximou”.
Esse factor foi a deriva dos respectivos eleitorados para os sectores da extrema-esquerda e da extrema-direita.
Este efeito, cujos fundamentos são facilmente percetíveis e já anteriormente por mim referidos em dissertações passadas, derivam da insatisfação quase generalizada com as políticas seguidas pelos respectivos titulares do poder, sentimento agravado de forma exponencial com os efeitos da crise, nomeadamente a sua repercussão ao nível do desemprego, carga fiscal e redução dos direitos sociais.
Ora esta deriva poderia ser entendida como “natural” – se é que o apoio a correntes extremistas pode alguma ver beneficiar de tal epíteto – face aos antecedentes históricos de algumas latitudes geográficas que noutros tempos e noutros contextos não haviam hesitado em elevar ao poder regimes suportados por partidos políticos de extrema-direita ou extrema-esquerda, rapidamente transformados em regimes ditatoriais com as consequências – para os próprios e para grande parte do Mundo - que são por demais conhecidas e que não justificam novos comentários.
A questão é esta “lógica” está longe de poder ser alguma vez aplicável a países como a França ou a Grécia e, no entanto, em ambos os casos verificou-se um acentuado crescimento dos votos mais à direita e mais à esquerda.
A razão de ser desta “desconformidade” prende-se com a própria história de ambos os Estados que deveria permitir – pelos vistos em abstracto – pensar que em caso algum esta deriva radical pudesse vir a verificar-se.
Vejamos o caso da França que sofreu uma ocupação por parte da Alemanha nazi, após uma rendição no mínimo controversa, subjugando o país ao despotismo de um regime de matriz anti-semita e abertamente contra tudo aquilo que ficasse à margem do seu conceito de raça ou que se opusesse ao avanço cavalar por toda a Europa, deixando para trás um rasto de milhões de mortos.
É esta mesma França que agora distribui 20% dos seus votos a um partido de extrema-direita que traz para a linha da frente da discussão politica a lógica anti-emigração e o discurso antieuropeísta, num país que é o paradigma da assimilação – nem sempre no melhor sentido – de uma sociedade multicultural e multirreligiosa com raízes quase integralmente centradas na diáspora africana.
O “caso” grego sendo semelhante em termos da tendência que se verifica para a radicalização é, ainda assim, distinto relativamente às suas motivações.
Na situação grega o que se verificou foi uma espécie de escape dos eleitores, as verdadeiras “vítimas” da austeridade que os empurra a passos largos para um limbo entre a falência e marginalização relativamente aos seus parceiros europeus, que funcionou como um verdadeiro voto de protesto contra os partidos tradicionais de poder, sem uma verdadeira consciência das eventuais consequências práticas de uma eventual vitória por parte de um partido extremista poderia ter no futuro do seu país não sendo, contudo, difícil de antecipar que rapidamente o tal limbo ficaria definitivamente esclarecido.
O curioso disto tudo é que a Grécia é, e para a posteridade sempre será, o chamado “berço” da Democracia, isto é e para que se perceba o significado prático, foi o sistema politico ateniense que serviu de modelo à construção do formato da maioria dos governos democráticos actuais, tal como os conhecemos.
Por outro lado a Grécia esteve também ela subjugada por um regime ditatorial até bem recentemente que, por coincidência, haveria igualmente de cair num dia 25 de Abril.
O “caldo” está, pois, entornado e parece querer estender-se a outras geografias, cada um com as suas motivações mas com um denominador comum assente na crise económica e social europeia.
É este entendimento que é deveras preocupante e que parece cada vez mais ir ao encontro da teoria filosófica que dá o mote à presente dissertação, ou seja, o desaparecimento progressivo das pessoas que funcionavam como testemunhos vivos de uma determinada época – quais guardiões da memória colectiva – dá lugar de forma progressiva a novas gerações que aderem com aparente facilidade ao discurso radical de alguns sectores da sua própria Sociedade.
Se em tempos idos se pedia aos navegadores para ignorar o “canto das sereias” que os haveriam de levar para o fundo do mar, agora proclama-se a via da rotura com o sistema político em alternativa à mudança pura e simples da mentalidade dominante desse mesmo sistema.
Ignoram, contudo, que eliminado o sistema vigente, outro surgirá no seu lugar o qual por sua vez haverá de criar condições para que aqueles que levaram a cabo a tal rotura não o possam voltar a fazer no futuro através da supressão de direitos, liberdades e garantias fundamentais ou, dito de outra forma, pela imposição de uma ditadura. Assim vão as cousas.

domingo, 10 de junho de 2012

Ensaio sobre as convicções

Octávio Paz dizia que “Quando morre um velho, arde uma biblioteca.”.

Esta frase ganha um particular relevo numa época em que se torna relativamente “fácil” a opção mais ou menos descarada pela ausência de ideais e, não menos importante, de intérpretes desses mesmos ideais.

Nesse sentido, a minha consideração pessoal para individualidades como o Prof. Adriano Moreira, o Dr. Mário Soares, Manoel de Oliveira, Eduardo Lourenço ou José Hermano Saraiva – entre (não muitos) outros – adquire uma confessa simbologia à luz dos princípios que procuro transpor para mim próprio e reflectir naqueles que me rodeiam.

Não está sequer em causa a necessidade de concordância integral com as respectivas ideologias ou mesmo com as suas posições sobre os mais variados temas da nossa Sociedade sejam eles actuais, passados e futuros.

Corresponde, antes de mais, ao justo reconhecimento pelas suas vidas, pela coerência das suas posições e, sobretudo pela capacidade de manter uma intervenção cívica ao longo dessa mesma vida, incluindo durante períodos da nossa história em que o “convite” ao conformismo era por demais evidente e, porventura, “aconselhável” face às consequências desfavoráveis que daí advinham.

A verdade, porém, é que mesmo nos dias de hoje em que os “combates” são manifestamente outros, estas personalidades persistem em pautar as suas intervenções pelo mesmo sentido critico que sempre os norteou, espelhando uma lucidez que as suas provectas idades poderiam fazer diminuir ou, pelo menos, perspectivar uma redução ao nível do discernimento.

Bem pelo contrário, continua a ser um conforto sentir que no meio de um marasmo labiríntico ao nível social, politico e cultura, podemos ainda ter o privilégio de contar com a opinião de quem, no essencial, sempre procurou reflectir e estimular a reflexão precisamente sobre esses temas.

É como um farol que nos aponta o local que distingue a passagem segura assente na firmeza dos ideais e na necessidade de os perseguir insistentemente ou numa rota de colisão com uma espécie de destino trágico que estamos ainda a tempo de evitar.

A dúvida que persiste é, porém, qual o real alcance dessas intervenções num contexto em que a existência de “nuvens de fumo” permanentes não têm outro objectivo que não seja o de que “orientar” as pessoas para uma lógica de abandono das causas pelas quais estas e muitas outras personalidades tiveram de lutar ao longo da História.

O fim dos feriados do 5 de Outubro e do 1º de Dezembro são, a título de exemplo, a imagem do “apagão” anunciado à nossa memória colectiva, reduzindo a relevância de tais datas a meros enunciados de um qualquer livro escolar ou enciclopédico.

A capacidade de ser a formiga que caminha no sentido contrário do carreiro não é mais do que em determinados momentos de que a lógica da maioria não é necessariamente aquela que é a mais adequada ou, no mínimo, a via para se perceber que para chegar a um determinado destino pode haver mais do que um caminho, ainda que porventura mais longo.

E assim chegados a uma aparente encruzilhada histórica temos diante de nós duas alternativas possíveis, a de seguir para onde nos queiram levar ou a de prestarmos a maior homenagem possível a estas individualidades e conduzir os nossos próprios destinos. Assim vão as cousas.

sábado, 9 de junho de 2012

EB1 de BATUDES (1)

No passado dia 7, em dia feriado, um conjunto vasto de pessoas, incluindo professores, pais e encarregados de educação, familiares e amigos e, claro está, os alunos, deitaram mãos à obra e transformaram a Escola Rural de EB1 de Batudes numa escola melhor.

ANTES


DEPOIS


 ANTES


DEPOIS



ANTES


DEPOIS


ANTES


DEPOIS


ANTES


DEPOIS


Estes foram - entre muitos outros - os "autores" desta tão nobre demonstração de participação cívica, dando um significado concreto à verdadeira noção de cidadania.





domingo, 3 de junho de 2012

Um dia normal II

Já deixei escrito em dissertação anterior que o nosso dia-a-dia está repleto de pormenores que, no final de contas, se revelam de “pormaiores” se me é permitida a liberdade parafrásica de assim os caracterizar.

Tal acontece porque tais momentos partindo de uma base singela são em si mesmo reveladores de uma realidade mais vasta para quem, como eu próprio, continua a achar que tal como ponta do dedo é o início do braço e não o fim do mesmo, também as nossas pequenas “rotinas” são por vezes o reflexo e o sintoma de um mal geral.

Vem tal a propósito de recentemente ter solicitado a marcação da revisão periódica da minha viatura cujo agendamento se verificou por motivos alheios à minha vontade para lá da quilometragem contratualmente definida impondo da minha parte o alijamento de responsabilidade de eventuais problemas de natureza mecânica derivados precisamente da falta de manutenção não imputável a qualquer omissão da minha parte.

Ultrapassado aspecto burocrático atrás referido, assim me desloquei à oficina convencionada para aí deixar a viatura e, simultaneamente “levantar” uma viatura de cortesia que fora disponibilizada para o período do arranjo, o qual, pela experiência passada deveria concluir-se no próprio dia.

O primeiro revés surgiu quando procurando saber do evoluir da dita revisão fui informado pela oficina que não haviam obtido a necessária anuência – leia-se resposta - por parte do locatário da viatura ao inicio da reparação, pelo que apenas no dia útil seguinte tal sucederia, o que não deixava de ser um constrangimento por este diálogo ter lugar precisamente numa 6ª feira.

Assim sendo dispus-me a entregar a viatura de cortesia e utilizar a minha viatura durante esse fim-de-semana, com o reagendamento para a 2ª feira seguinte, com o óbice de não dispor de confirmação da disponibilidade de poder utilizar novamente a viatura de cortesia por impossibilidade de confirmação do aluguer por parte do locatário.

Fiel aos meus compromissos, dirigi-me na 2ª feira seguinte à oficina à hora da respectiva abertura e tendo aí deixado o carro, regressei ao meu local de trabalho de táxi convicto que nesse mesmo dia a revisão estaria, por fim, concluída.

Puro engano, afinal uma das peças que tinha sido encomendada não era adequada para a viatura em causa pelo que mais uma vez haveria que aguardar pelo dia seguinte, com a agravante que, desta feita, a viatura não poderia circular por se encontrar desprovido da dita peça.

Não me restou outra alternativa que requisitar novamente a viatura de cortesia que fui “levantar” nesse mesmo dia.

A minha expectativa para o dia seguinte era carregada de optimismo, que depressa desvaneceu quando novamente da oficina me informam que a viatura não estaria pronta até ao final do dia, por um motivo que nem me recordo.

Acontece que o aluguer da viatura de cortesia era efectuado ao dia e não obstante o “conselho” que tive nessa ocasião de reter a mesma em minha posse até ao arranjo completo da viatura, entendi que tal não poderia deixar de ser visto como uma violação dos deveres emergentes do contrato de aluguer e por isso mesmo dirigi-me ao “rent-a-car” para alertar para a necessidade de dispor da viatura pelo menos por mais 24 horas, o que foi confirmado não sem antes ter de esperar mais de uma hora por essa mesma autorização.

Finalmente, no dia seguinte (4ª feira), a revisão foi dada por concluída e a viatura de cortesia entregue no local acordado.

Este caso, aparentemente banal é, de acordo como o meu entendimento, sintomático de alguns males de que enferma este nosso rectângulo à beira mar plantado.

O primeiro dos males identificados é a incapacidade de entender um compromisso como tal e respeitá-lo, tendo-nos habituado a aceitar como pressuposto adquirido que tal é aceite com mais ou menos reservas mas invariavelmente aceite sem consequências relevantes para o incumpridor.

O problema é que deste incumprimento resulta uma óbvia quebra de competitividade do próprio incumpridor que ao invés de efectuar um serviço destinado a ser prestado numa manhã acaba por faze-lo em quatro dias, descontando o fim-de-semana pelo meio.

Associado a este facto está o facto psicológico da falta de credibilidade aos olhos de um cliente que ali se encontrando de forma involuntária poderia de forma voluntária, numa outra circunstância, optar por este mesmo prestador em função da satisfação pessoal pelo serviço prestado.

Numa sociedade competitiva tão importante como a captação de novos Clientes é a manutenção dos actuais, facto que parece escapar a grande parte dos empresários.

Para além do primeiro dos males atrás referidos haverá que reconhecer o custo acrescido que resultou deste incumprimento não apenas pela necessidade dos sucessivos alugueres da viatura de cortesia mas igualmente o nada despiciente custo emergente da ausência de produtividade pessoal em função da necessidade involuntária de me fazer deslocar ao “local do crime” mais do que as duas vezes que seriam supostamente necessárias caso tudo tivesse corrido como esperado e sobretudo desejado.

A conclusão de tudo isto é, julgo, bastante simples.

Bem poderão algumas empresas entender que a respectiva reestruturação e aumento da competitividade e produtividade passam pela redução dos respectivos quadros de pessoal e eventualmente pela igual redução respectivos custos associados.

No entanto, se não houver a consciencialização geral de que só o trabalho de excelência é susceptível de gerar a fidelização dos Clientes e o aumento dessa mesma carteira, o que passa invariavelmente pela aposta da formação dos Colaboradores e melhoria das respectivas condições de trabalho mas igualmente e em simultâneo com o correspondente aumento do nível de exigência e responsabilização individual.

Parece, no entanto, não faltar que assim não o entenda, convictos que para sermos competitivos teremos de nos situar em modelos laborais mais próximos de países do 3º mundo (pelo menos neste domínio) do que dos nossos principais parceiros europeus.

E esta sim parece-me a “lógica” mais terceiro-mundista que poderíamos imaginar. Assim vão as cousas.