
Sorte, acaso ou simplesmente destino, sinto-me um privilegiado por poder contemplar algumas das maiores obras da humanidade.
E é aqui que este "roteiro" da Índia se torna pessoal, porventura demasiado pessoal, por expor publicamente um momento que para mim representou uma emoção que a minha limitada capacidade de escrita não conseguirá nunca transpor para um texto.
Desde muito cedo despertou-se em mim o sonho de visitar o Taj Mahal. Aquela imagem idílica que "entrava" pelos meus olhos pela televisão ou num qualquer postal ilustrado transformou-se numa quase obrigação em criar condições de vida para um dia, quem sabe, poder estar fisicamente perante aquele edifício ora branco ora rosado consoante a luz solar, que sempre me pareceu demasiado irreal para existir de facto.
Não conseguirei, portanto, reproduzir a comoção que me invadiu quando olhei de frente para aquele mausoléu que afinal de contas é um monumento ao amor sentindo, ainda assim, que apesar de ali tão perto continuava a não ser real, fosse o edifício ou o simples facto de eu próprio estar ali naquele momento.
E sim, é um monumento ao amor, uma homenagem de um rei à sua segunda esposa mas primeiro amor da sua vida a quem construiu aquele gigantesco monumento de mármore branco em apenas 22 anos, 6 meses após a sua morte.


Não tenho explicação para isto. Poderá ser uma feliz coincidência ou qualquer outra coisa que cada um de nós, no seu interior, entender que possa ser.
Talvez o meu destino fosse mesmo visitar o Taj Mahal num qualquer momento da minha vida. Não sei. Se o era, então já o cumpri.
Anterior ao próprio Taj Mahal ergue-se num pequeno espaço o denominado "baby" Taj Mahal por ter dimensões consideravelmente menores mas a partir do qual se percebe emergirem os conceitos fundamentais de arquitectura do seu colossal irmão "famoso", estando em curso o projecto de elevar este monumento a património da humanidade, passando Agra a ter 4 monumentos com o referido título.
Um desses monumentos é o Forte de Agra, uma gigantesca fortificação, parcialmente não visitável, mas que permite, ainda assim, o acesso a um confortável número de palácios no seu interior, com a monumentalidade digna de uma riqueza histórica e religiosa, que passa de uma forma que nos dias de hoje parece bastante improvável pela fusão entre o hinduísmo e o Islão.

Termino, porque já percebi que dá Índia não se volta a mesma pessoa, desejando a todos que possam um dia cumprir os seus sonhos, sejam eles quais forem.
Eu "avisei" que isto hoje seria absolutamente pessoal...
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