quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Índia - Dia 4 (Fatehpur Sikri e Agra)


Saídos bem cedo da bela e, para não variar, movimentada cidade de Jaipur, colocamo-nos a caminho de Agra, que distam uma da outra cerca de 225, possíveis de percorrer num tempo bem mais "simpático" desde logo porque não é necessário enfrentar o trânsito infernal à saída de Jaipur - embora não se possa propriamente falar de ausência de trânsito - mas também porque a autoestrada é surpreendentemente boa, ainda que também o nosso conceito deste tipo de estrada seja questionado no momento em que percebemos que nela circulam todo o tipo de veículos - literalmente - que é atravessada a todo o momento por peões e, cereja no topo bolo, porque frequentemente sucede circularem veículo em contra-mão. Sem problema, buzina-se e nada acontece. Wellcome to Índia.

Antes da chegada a Agra tempo para uma paragem num daqueles locais que quase justifica uma viagem à Índia, um local chamado Fatehpur Sikri, ao qual se acede num autocarro apinhado de gente, igual a tantos outros que existem nas cidades, suficientemente decrépitos para se pensar que jamais se entraria num deles. Enganei-me.  

Fatehpur Sikri éuma fortaleza imponente do tempo dos sultões, isto é, de influência muçulmana, construído em arenito vermelho, conferindo uma beleza inacreditável que se estende por diversos pisos no seu interior, quatro para ser mais exacto, embora não se trate de um edifício de quatro andares.

O primeiro piso era reservado às audiências públicas. O segundo, terceiro e quarto destinavam-se à segunda, terceira e quarta esposa, sendo a primeira muçulmana, a segunda cristã e a terceira muçulmana e onde, tirando o sultão, apenas os eunucos por ali circulavam.

Anexo ao forte encontra-se uma outra construção absolutamente deslumbrante, uma grandiosa mesquita de nome Jami Masjid, a cujo interior apenas se acede descalço, muito embora o chão esteja positivamente a arder.

Este é também um local onde colocar em pratica a táctica do macaco que não vê, não ouve e não fala faz todo sentido, tantas, mas tantas, são as solicitações para comprar algo ou fazer alguma acção de caridade que rapidamente se tornariam num inferno se caíssemos na asneira de "contribuir para este peditório".

A monumentalidade dos edifícios é esmagadora é difícil de descrever nestas linhas.

Faz-nos relativizar tudo aquilo que vamos vendo de menos bom e aproveitar ao máximo aquilo que de melhor a Índia tem para oferecer.

Antes da entrada em Agra veio finalmente o almoço.

E refiro-me a este aspecto pela primeira vez não para descrever o restaurante mas por se tratar de um "ponto quente" sempre que alguém fala na Índia.

Não há ninguém que não conheça alguém que conhece alguém que passou mal na Índia por ter comido ou bebido a comida ou a água de cá.

Pessoalmente opto sempre por me lembrar de quem conhece alguém que conhece alguém que gostou imenso de visitar a Índia e não teve problemas....gástricos.

Chamem-me optimista ou outra coisa qualquer mas a verdade é que seguindo-se regras básicas a possibilidade de tais problemas diminui consideravelmente.

Desde logo pela escolha do restaurante.... Sinceramente, mais vale deixar o guia/condutor escolher o local de repasto. Por um lado aumenta a garantia de alguma qualidade culinária - por aqui chama-se "multicuisine" - mas também ao nível de higiene, por outro provavelmente garante ao referido guia/condutor uma refeição gratuita o que, convenhamos, para quem ganha certamente tão pouco, custa ainda menos "alinhar" nesta evidente cumplicidade entre restaurante e guia/condutor.

Não fica mais barato do que se a opção recaísse por uma das milhares de bancas de comida existentes nas ruas, mas não fica suficientemente caro para se pensar duas vezes. E sinceramente.... Vale a pena arriscar?

Quanto à água a coisa está facilitada. Os hotéis oferecem sempre duas garrafas por dia. Basta colocá-las no frigorífico durante a noite e temos água para o dia seguinte todo, até porque a transpiração torna-se, na prática, o nosso melhor diurético, não sendo necessário ir ao wc a cada meia-hora.

Se esta estratégia resulta? Até agora sim. No final logo se vê.

O dia termina coma chegada à caótica Agra, a terra do Taj Mahal, que antecipo....enfim....todo nós já vimos o postal.





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