Passou recentemente um ano após a catástrofe natural que assolou a Madeira, trazendo morte e destruição a parte significativa daquela Região Autónoma. A reconstrução terá custado qualquer coisa como mil milhões de euros (a facilidade com que se fala actualmente de numeros desta ordem é quase comovente) ao Estado.
Um ano depois estará quase tudo na ordem e a reconstrução é uma realidade.
A questão interessante que se coloca relativamente a este processo de reconstrução é o de sinalizar uma mais do que evidente dependência do Arquipelago relativamente ao Estado Central e ao Governo na Nação (independentemente da respectiva côr politica).
A dependência foi nessa ocasião tão manifesta que "permitiu" inclusivé que o Dr. Alberto João Jardim fizesse as pazes com o actual Primeiro-Ministro. O problema é que esta depedência sempre existiu ao longo dos mais de 30 anos que já leva o "reinado" do líder madeirense.
No entanto, qual filho mal agradecido, o Dr. Alberto João Jardim sempre fez questão de olhar para o Continente (ou o "rectângulo" como, entre outras coisas, ele lhe chama) como se de um invasor colonialista se tratasse. Alguém de apenas quer o mal da ilha e que nada contribuiu para o desenvolvimento da mesma.
A "obra feita" de que tanto se orgulha e que muitos reclamam em seu nome terá sido o resultado de uma gestão de génio em que apesar da aparente guerra "norte-sul" aplicada à sua região, foi possivel edificar uma ilha pujante, com niveis de desenvolvimento superiores a boa parte do Continente, já para não falar em relação à sua "irmã" não muito distante, os Açores.
O questão é que a "obra feita" é o resultado de décadas de remessas de verbas provenientes do Orçamento de Estado, sem qualquer controlo sobre a sua aplicação, como se de um saco sem fundo se tratasse e a quem ninguém pareceu ligar muito durante largos anos.
No fundo, sem que ninguém pretenda admiti-lo o que sempre importou foi sempre manter o Dr. Alberto João Jardim tranquilo, ou melhor dizendo, calado. Aliás tal como normalmente calados ficam os lideres políticos no Continente perante os dislates verbais sucessivos do Dr. Alberto João Jardim, a quem aparentemente tudo é permitido, refugiando-se normalmente no chavão do seu "estilo próprio", como quem diz que no fundo não é para se levar a sério.
Uma grande ajuda para a dita "obra feita" foi a existência de uma "zona franca" que funciona para a Madeira como as Ilhas Caimão e outras ilhas do pacífico para a circulação de dinheiro sem pagamento de impostos, algo que parece vir a ter os "dias contados" porque entretanto chegou uma "coisa" chamada crise e isto de alguns não contribuirem para o esforço comum começa a ser visto de outra maneira.
Em resumo, a "obra feita" foi conseguida fundamentalmente à custa do dinheiro dos outros e não fruto de qualquer capacidade exemplar de gestão de uma ilha, com recursos naturais naturalmente limitados.
Junte-se a este facto a "construção" de um modelo de governação em que tudo e todos de alguma forma dependem do Governo Regional e torna-se muito mais fácil perceber porque é que o Dr. Alberto João Jardim é, na prática, um lider sucessivamente reeleito com uma aura de "insubstituivel".
A pouco e pouco o Dr. Alberto João Jardim tem vindo a semear a semente da independência da Madeira. Esta semente não irá - julgo - florescer durante algum dos seus mandatos, mas será colhida no futuro por um dos seus muitos acólitos.
Da minha parte apenas digo que se sobrevier da indepedência da Madeira deixarmos de suportar os constantes insultos do Dr. Alberto João Jardim e de termos contribuir todos para a sua "obra feita", então que assim seja. Assim vão as cousas.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
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