Em bom rigor qualquer lugar ou local será potencialmente um roteiro assim cada um de nós o interprete como tal e se predisponha a a reservar um determinado dia como destinando-se a conhecer ou revisitar qualquer local, opção que não é em si mesmo de menor relevância.
Por uma questão de coerência geográfica "estes" roteiros terão uma circunscrição que para além da região de Lisboa irão certamente passar - como desde já se anuncia para hoje - pela zonas limítrofes da cidade, naquilo a que vulgarmente se designa por "grande Lisboa" ou por "margem sul".
O parágrafo anterior retira, pois, a eventual surpresa de alguém vir a encontrar nas linhas seguintes referências culturais e gastronómicas que não poderá encontrar numa qualquer pesquisa na Capital, mas talvez até um pouco mais longe do que se possa pensar.
Ruínas Romanas de Tróia |
Durante anos este local esteve vedado ao público por razões que dificilmente se compreendem, excepto aquelas que resultam de uma certa incapacidade histórica dos portugueses para valorizar o seu património histórico, nomeadamente vestígios desse mesmo património que remontam a períodos anteriores à fundação da nacionalidade.
Ruínas Romanas de Tróia |
Não posso deixar de sugerir um passeio pela zona ribeirinha situada mesmo em frente ao núcleo arqueológico, onde abundam velhas carcaças de navios de pesca que a calma e tranquilidade circundante parece respeitar, como se de um local de repouso final se tratasse.
Miróbriga |
No fundo o que importa perceber é que relativamente perto da cidade de Lisboa erguem-se vestígios da ocupação romana que não diferem significativamente de alguns locais que nos habituámos a ver e associar a outros países, outras cidades, outros roteiros.
Miróbriga |
Miróbriga |
Até porque nem se diga que por estas zonas não se come bem, tão grande é a oferta é de qualidade.
Assim sendo é porque a zona é sobretudo de praia então que se coma peixe e nesse aspecto o restaurante Dona Bia na Comporta não sendo nem propriamente um local desconhecido (até actores de Hollywood o conhecem), nem propriamente barato, revela-se um destino gastronómico quase obrigatório.
Em certas alturas do ano melhor mesmo será reservar mesa, tamanha é a procura de um restaurante que apesar da fama mantém as características de um local essencialmente familiar.
O roteiro há-de terminar na zona da Carrasqueira, não muito longe da Comporta, onde se situa uma atracção involuntária, dado que não foi pensada enquanto tal nem tão-pouco tem uma utilidade que facilmente se associe à curiosidade turística.
A verdade é que nestas como noutras coisas basta a atenção de uma câmara de televisão virar o seu foco num certo sentido e tudo pode mudar num ápice.
É esse o caso do cais Palafítico da Carrasqueira que, dito desta forma, parece antes de mais um local de atracagem de barcos quando na realidade é tudo isso é muito mais.
Não é inclusivamente fácil descrever o que é de facto este local.
Dizer que se trata de um conjunto de estrados de madeira com ar pouco sustentável que entram água dentro (ou num imenso lodo se a maré estiver baixa) parece pouco para descrever o "charme" deste local.
![]() |
Cais Palafítico da Carrasqueira |
![]() |
Cais Palafítico da Carrasqueira |
A vida dos pescadores que imunes à curiosidade alheia ignoram quem se aventura pelos estrados adentro procurando perceber melhor o lugar, à procura do melhor ponto para uma foto que o fotoshop há-de mais tarde transformar, conferindo as cores e o charme a que anteriormente se aludiu.
Vale a pena visitar, vale a pena conhecer, ainda por cima na certeza de que não é sequer preciso pagar para ver.
Os roteiros haverão de voltar à margem sul.
Sem comentários:
Enviar um comentário