Recentemente um dos acrónimos mais conhecidos dos portugueses voltou às primeiras páginas dos jornais e foi tema de destaque nos telejornais, após um período mais ou menos longo de ausência (pelo menos aparente).
Falo em concreto da ASAE, cujo nome fez em tempos tremer muito boa gente, nomeadamente aqueles que se habituaram a viver à margem de um certo número de regras.
E que regras eram essas? Em bom rigor quase sempre aquelas que nos remetem para as normas de higiene, transporte e conservação dos bens, protecção da marca e da propriedade intelectual, entre outras.
O "modus faciendi" da ASAE era a antítese de uma operação de natureza discreta, pois normalmente rodeava-se de um aparato mediático que transmitia - qual "reality show" - as investidas dos seus agentes contra os incumpridores.
Retive nessa ocasião uma expressão do seu responsável máximo que a ASAE não fazia publicidade por não ter verba para tal, e por isso mesmo a sua "publicidade" era a própria exposição pública das suas acções.
Como seria de esperar as reacções a esta maneira de actuar foram, na circunstância, as mais diversas.
Se por um lado se defendia a necessidade de garantir o cumprimento da lei em matéria de segurança alimentar e fiscalização económica, por outro lado houve igualmente quem defendesse que a forma de actuação era desproporcionada e mesmo descontextualizada de alguns hábitos e costumes ancestrais.
Bem ao seu jeito, recordo-me em particular de ver o Dr. Paulo Portas, qual Martim Moniz, surgindo em defesa de algumas actividades de cariz familiar e com métodos produtivos mais ou menos arcaicos, como não estivessem também elas sujeitas ao principio legais aplicáveis às demais actividades.
O “problema” de qualquer lei é a sua cegueira e dela emerge a impossibilidade de excepcionar em função de interesses particulares, sob pena de não ser mais possível avaliar o fim da excepção e o início da regra.
A verdade é que a intervenção da ASAE veio colocar a nu alguns hábitos enraizados na nossa própria cultura, na nossa forma de analisar as relações entre o prestador de um serviço ou de um bem e o seu cliente, manifestamente desproporcionada para o lado do primeiro.
O respeito pelos direitos de quem é consumidor ganhou um novo relevo, alterando peso relativo nos pratos de uma balança que sempre pendeu para o mesmo lado.
Por isso mesmo sempre estranhei a forma negativa como, em boa medida, a actuação é vista por parte da população, já para não falar do poder político na medida em que havia sido ele próprio a definir as referidas regras de actuação.
Em causa está e sempre esteve não apenas o cumprimento de disposições legais mas fundamentalmente a exigência de um maior controlo e rigor na qualidade dos produtos e bens colocados ao dispor da Sociedade.
Bem vistas as coisas essa exigência não deveria sequer partir de uma qualquer imposição legal mas de uma predisposição mútua entre quem vende e quem compra, em função de uma relação de confiança relativamente à qualidade do objecto da venda bem como a tudo o que rodeia esse mesmo objecto.
Numa altura em que cada vez mais se fala em competitividade das empresas como alavanca para a sua sustentabilidade e crescimento, é mais do que evidente que tal passará em grande parte por estas duas vertentes, isto é, a qualidade dos produtos e a relação de confiança com os Clientes, a principal razão de ser de qualquer empresa, seja ela grande ou meramente artesanal. Assim vão as cousas.
Falo em concreto da ASAE, cujo nome fez em tempos tremer muito boa gente, nomeadamente aqueles que se habituaram a viver à margem de um certo número de regras.
E que regras eram essas? Em bom rigor quase sempre aquelas que nos remetem para as normas de higiene, transporte e conservação dos bens, protecção da marca e da propriedade intelectual, entre outras.
O "modus faciendi" da ASAE era a antítese de uma operação de natureza discreta, pois normalmente rodeava-se de um aparato mediático que transmitia - qual "reality show" - as investidas dos seus agentes contra os incumpridores.
Retive nessa ocasião uma expressão do seu responsável máximo que a ASAE não fazia publicidade por não ter verba para tal, e por isso mesmo a sua "publicidade" era a própria exposição pública das suas acções.
Como seria de esperar as reacções a esta maneira de actuar foram, na circunstância, as mais diversas.
Se por um lado se defendia a necessidade de garantir o cumprimento da lei em matéria de segurança alimentar e fiscalização económica, por outro lado houve igualmente quem defendesse que a forma de actuação era desproporcionada e mesmo descontextualizada de alguns hábitos e costumes ancestrais.
Bem ao seu jeito, recordo-me em particular de ver o Dr. Paulo Portas, qual Martim Moniz, surgindo em defesa de algumas actividades de cariz familiar e com métodos produtivos mais ou menos arcaicos, como não estivessem também elas sujeitas ao principio legais aplicáveis às demais actividades.
O “problema” de qualquer lei é a sua cegueira e dela emerge a impossibilidade de excepcionar em função de interesses particulares, sob pena de não ser mais possível avaliar o fim da excepção e o início da regra.
A verdade é que a intervenção da ASAE veio colocar a nu alguns hábitos enraizados na nossa própria cultura, na nossa forma de analisar as relações entre o prestador de um serviço ou de um bem e o seu cliente, manifestamente desproporcionada para o lado do primeiro.
O respeito pelos direitos de quem é consumidor ganhou um novo relevo, alterando peso relativo nos pratos de uma balança que sempre pendeu para o mesmo lado.
Por isso mesmo sempre estranhei a forma negativa como, em boa medida, a actuação é vista por parte da população, já para não falar do poder político na medida em que havia sido ele próprio a definir as referidas regras de actuação.
Em causa está e sempre esteve não apenas o cumprimento de disposições legais mas fundamentalmente a exigência de um maior controlo e rigor na qualidade dos produtos e bens colocados ao dispor da Sociedade.
Bem vistas as coisas essa exigência não deveria sequer partir de uma qualquer imposição legal mas de uma predisposição mútua entre quem vende e quem compra, em função de uma relação de confiança relativamente à qualidade do objecto da venda bem como a tudo o que rodeia esse mesmo objecto.
Numa altura em que cada vez mais se fala em competitividade das empresas como alavanca para a sua sustentabilidade e crescimento, é mais do que evidente que tal passará em grande parte por estas duas vertentes, isto é, a qualidade dos produtos e a relação de confiança com os Clientes, a principal razão de ser de qualquer empresa, seja ela grande ou meramente artesanal. Assim vão as cousas.
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