Uma das minhas referências profissionais costume dizer que quando de alguém se diz ser "boa pessoa" será porque nada mais há a dizer sobre ela.
Devo dizer que não subscrevo na integra este pensamento, mas gostaria de pegar no mesmo para lembrar aqui o papel da ex-ministra da educação, a Dra. Maria de Lurdes Rodrigues, por se tratar de alguém que a meu ver foi injustamente penalizada pela sua personalidade, normalmente pouco dada a sorrisos, isto é, pouco "simpática".
Vem este tema a propósito de um estudo recente da OCDE que – pasme-se – vem tornar públicas as melhorias verificadas ao nível do ensino em Portugal.
Ora, pegando nas palavras iniciais desta dissertação, é minha convicção que na base das referidas melhorias está a acção decisiva desta ex-ministra que procedeu às mais sérias e decisivas reformas do sector da educação desde o 25 de Abril.
Sem querer ser exaustivo ou de alguma forma fazer passar a ideia que possuo algum mandato para fazer a defesa da honra da Dra. Maria de Lurdes Rodrigues (o que naturalmente não é o caso), recordo-me de algumas iniciativas que terão contribuído de forma decisiva para as conclusões do relatório da OCDE.
Introduziu as denominadas actividades de enriquecimento curricular, passando a ocupar o tempo das crianças nas escolas em matérias de índole educativa, obstando a que estas mesmas crianças passassem o seu tempo em casa, em áreas de ocupação dos tempos livres ou, como não seria raro, na rua à espera do regresso dos pais...
Iniciou o processo de encerramento de escolas no 1.º ciclo, medida inicialmente muito criticada (como aliás é apanágio deste nosso povo), mas hoje aceite de forma quase unânime, promovendo o combate à desertificação escolar.
Promoveu o alargamento dos cursos profissionais no ensino secundário retomando uma das boas práticas de ensino caídas no esquecimento após a revolução de Abril.
Desenvolveu o programa Novas Oportunidades o qual, configurando um programa de cariz assumidamente politico, devolvendo um conjunto de expectativas profissionais a quem, no passado por falta dessas mesmas oportunidades, deixou de as poder ter.
Incluiu o ensino do inglês no 1º ciclo, criou o conceito de aulas de substituição e promoveu o alargamento do ensino pré-escolar público.
Foram bastante polémicas as alterações introduzidas durante o seu mandato no estatuto da carreira docente e na avaliação de desempenho dos professores, alterações estas que mais não fazem do que introduzir a méritocracia onde anteriormente havia a progressão automática independentemente desse mesmo mérito e competências.
O ataque cerrado dos sindicatos, liderados por um corporativista com uma boa dose de capacidade de gestão da classe, criou um desgaste da imagem Dra. Maria de Lurdes Rodrigues na opinião pública, situação da qual não mais se recompôs.
Foi por aqui e no facto de que qualquer reforma só tem visibilidade prática decorridos alguns anos após a sua implementação, que o seu tempo se esgotou.
Durante um mandato inteiro (coisa rara neste ministério) foram tomadas medidas que irão perdurar muito para além da própria ministra e, estou em crer, não serão sequer questionadas por qualquer outro ministro que venha no futuro a surgir vindo de um espectro partidário diferente do actual.
O Estado neste, como noutros casos, foi mais uma vez a face visível da incapacidade em promover a competência cedendo aos interesses da mais básica popularidade politica.
Hoje temos uma ministra da educação de reconhecida simpatia. Mas por agora só posso mesmo dela dizer que é boa pessoa. Assim vão as cousas.
Devo dizer que não subscrevo na integra este pensamento, mas gostaria de pegar no mesmo para lembrar aqui o papel da ex-ministra da educação, a Dra. Maria de Lurdes Rodrigues, por se tratar de alguém que a meu ver foi injustamente penalizada pela sua personalidade, normalmente pouco dada a sorrisos, isto é, pouco "simpática".
Vem este tema a propósito de um estudo recente da OCDE que – pasme-se – vem tornar públicas as melhorias verificadas ao nível do ensino em Portugal.
Ora, pegando nas palavras iniciais desta dissertação, é minha convicção que na base das referidas melhorias está a acção decisiva desta ex-ministra que procedeu às mais sérias e decisivas reformas do sector da educação desde o 25 de Abril.
Sem querer ser exaustivo ou de alguma forma fazer passar a ideia que possuo algum mandato para fazer a defesa da honra da Dra. Maria de Lurdes Rodrigues (o que naturalmente não é o caso), recordo-me de algumas iniciativas que terão contribuído de forma decisiva para as conclusões do relatório da OCDE.
Introduziu as denominadas actividades de enriquecimento curricular, passando a ocupar o tempo das crianças nas escolas em matérias de índole educativa, obstando a que estas mesmas crianças passassem o seu tempo em casa, em áreas de ocupação dos tempos livres ou, como não seria raro, na rua à espera do regresso dos pais...
Iniciou o processo de encerramento de escolas no 1.º ciclo, medida inicialmente muito criticada (como aliás é apanágio deste nosso povo), mas hoje aceite de forma quase unânime, promovendo o combate à desertificação escolar.
Promoveu o alargamento dos cursos profissionais no ensino secundário retomando uma das boas práticas de ensino caídas no esquecimento após a revolução de Abril.
Desenvolveu o programa Novas Oportunidades o qual, configurando um programa de cariz assumidamente politico, devolvendo um conjunto de expectativas profissionais a quem, no passado por falta dessas mesmas oportunidades, deixou de as poder ter.
Incluiu o ensino do inglês no 1º ciclo, criou o conceito de aulas de substituição e promoveu o alargamento do ensino pré-escolar público.
Foram bastante polémicas as alterações introduzidas durante o seu mandato no estatuto da carreira docente e na avaliação de desempenho dos professores, alterações estas que mais não fazem do que introduzir a méritocracia onde anteriormente havia a progressão automática independentemente desse mesmo mérito e competências.
O ataque cerrado dos sindicatos, liderados por um corporativista com uma boa dose de capacidade de gestão da classe, criou um desgaste da imagem Dra. Maria de Lurdes Rodrigues na opinião pública, situação da qual não mais se recompôs.
Foi por aqui e no facto de que qualquer reforma só tem visibilidade prática decorridos alguns anos após a sua implementação, que o seu tempo se esgotou.
Durante um mandato inteiro (coisa rara neste ministério) foram tomadas medidas que irão perdurar muito para além da própria ministra e, estou em crer, não serão sequer questionadas por qualquer outro ministro que venha no futuro a surgir vindo de um espectro partidário diferente do actual.
O Estado neste, como noutros casos, foi mais uma vez a face visível da incapacidade em promover a competência cedendo aos interesses da mais básica popularidade politica.
Hoje temos uma ministra da educação de reconhecida simpatia. Mas por agora só posso mesmo dela dizer que é boa pessoa. Assim vão as cousas.
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