quarta-feira, 12 de abril de 2017

Picos da Europa - Gijon e Oviedo

Poderia dizer-se que uma viagem sem imprevistos não será uma viagem e talvez seja mesmo assim, ainda que não resulte desta assunção um compromisso com uma espécie de complexo de fatalismo.

Contudo, admitindo que a sua ocorrência, seja por acaso do destino ou fatalidade, a verdade é que tais momentos, como por exemplo a avaria de um dos carros, colocam à prova a capacidade de improviso mas igualmente e consequência desta mesma capacidade, a necessidade de manter o animo de forma a que a famosa expressão de "férias estragadas" não tenha qualquer alcance pratico.

Neste aspecto a ausência de um roteiro fixo e, em particular, de uma pré-marcação de hotéis permite a necessária adaptação à nova realidade sem o compromisso - normalmente oneroso - de estar obrigatoriamente num dado local num dado momento.

Por isso mesmo a visita à cidade de Gijon não estando inicialmente planeada acabou, fruto da circunstâncias, de se tornar num local de passagem "obrigatória", em prejuízo de outras duas localidades, de menor expressão, não ficando comprometida qualquer passagem relevante deste roteiro.

Gijon é uma cidade costeira cuja principal beleza reside, precisamente na extensa baía com praia que banha está cidade, de traça moderna, aqui e acolá pontuada por alguns pontos de interesse, não existindo verdadeiramente uma "zona histórica" que, pelo menos em teoria justifique um desvio a este local.

Nessa medida após uma caminhada pela cidade era tempo de nos dirigirmos à cidade de Oviedo.

Não havendo propriamente nada de particularmente relevante que resulte deste dia ou da cidade visitada, é oportuno, como noutras circunstâncias, entreter o tempo falando dos hábitos e costumes locais de "nuestros hermanos" nossos vizinhos, mas claramente distantes em quase tudo o resto.

Desde logo nos horários, seja de abertura de qualquer loja (quase sempre depois das 10h) ou à "famosa" hora da sesta que, em termos práticos encerra grande parte das lojas e empresas entre as 13h e as 16h, algo aparentemente impensável em terras lusas.

Outro aspecto que varia consideravelmente é a alimentação "típica" local. Não é que não exista, mas basicamente consiste em variações de qualquer coisa com presunto, ou "jamon", espécie de palavra omnipresente em qualquer ementa.

De resto o menu "típico" inclui um primeiro prato que mais parece um segundo tal a quantidade de comida, o segundo prato propriamente dito e, finalmenente, a sobremesa. Café, sim, mas quase sempre de qualidade que não dispensa o açúcar.

É também necessário referir que de um modo geral os espanhóis almoçam e jantam relativamente tarde face aos hábitos portugueses.

Finalmente quanto ao factor humano os espanhóis são relativamente simpáticos e afáveis, sendo normalmente fácil a comunicação em "portunhol", quase sempre compreendido pelos nossos interlocutores sem qualquer necessidade de um esgar de sorriso cinico resultante de uma eventual calinada ingénua.

Amanhã, é tempo de conhecer Oviedo e algo mais. 

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