A Historia descreve os feitos heróicos de um guerreiro tornado Rei - Pelayo - na reconquista da Península ibérica aos mouros, a partir de um local situado nas Astúrias, de seu nome Covadonga.
Este evento histórico associado à lenda do aparecimento da virgem tornaram este local num dos mais movimentados marcos de peregrinação dos fiéis da religião católica.
A ele nos dirigimos bem cedo após deixar para trás a pacata, embora bem animada durante o dia, vila de Cangas de Onis, opção que se revelou totalmente acertada face ao movimento que ali se instala a partir de certa hora, numa fusão de turismo com devoção.
No alto ergue-se a magnífica catedral, no seu tom rosa avermelhado que, diga-se, é bem mais impressionante vista por fora do que propriamente pela riqueza do seu interior.
Bastante próximo fica a Cova da Virgem, local onde se crê tenha ocorrido a dita aparição, a que se acede através de um túnel que desemboca numa imagem ricamente decorada da Virgem, numa espécie de altar improvisado com algumas - poucas - cadeiras destinadas à oração.
Verificando-se ser impossível visitar os lagos de Covadonga por carro devido à "concorrência" da Semana Santa, optou-se por um pequeno bus unicamente afecto ao nosso igualmente pequeno grupo, que nos leva em pouco mais de meia hora aos ditos Lagos, dois mais precisamente, num dos momentos altos da viagem, tão bela é a paisagem que rodeia os lagos para além da beleza natural dos mesmos.
Não se tratou, portanto, de uma boa ou má opção mas apenas de uma contingência.
Duas horas depois era então tempo de nos dirigirmos a Bulnes onde um teleférico (bem caro, por sinal) nos eleva a 2200 metros de altura a um local onde podemos efectuar breves caminhadas em direcção às poucas casas e ainda menos habitantes que ainda existem naquele local.
A vista, essa, é difícil de descrever, por palavras e ainda menos de forma escrita, porventura evidência de uma verdadeira incapacidade para tal por parte do autor destas linhas mas, quero crer, por não ser possível sem falsear a realidade descrever a beleza de tudo aquilo que se vê, entre montanhas pontiagudas - ou não fossem estes os Picos da Europa - com traços de neve que tarda em desaparecer apesar do calor fora do comum para o mês de Abril ou por serem demasiado altas para que chegue a tornar-se pelas leis da física em água, e paredes que fazem a delicia de alpinistas ou verdadeiras gargantas que separam cada pico.
O destino final era agora Posada de Valdeon, não sem antes percorrer uma estrada ziguezagueante denominada de Desfiladero de los Breyos, cujas montanhas literalmente se debruçam sobre essa mesma estrada, configurando uma beleza anacronicamente assustadora, mas que nunca cansa a vista apesar do desafio constante para quem conduz.
O dia termina, portanto, em Posada de Valdeon, onde há-de começar amanhã.
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