domingo, 9 de setembro de 2018

A fantástica Ilha de Skye / An t-Eilean Sgitheanach mìorbhaileach

A manhã deste novo dia começou, em bom rigor, a ser preparada de véspera, com a escolha do que haveria de ser o pequeno-almoço do dia seguinte, para o qual fomos desde logo "avisados" que não seriam bem-vindos telemóveis, hábitos a que nós, como convidados mesmo que pagantes, devemos aceitar e sobretudo respeitar.

Terminado o belíssimo repasto matinal, o dono daquela B&B, um austríaco de nascença mas radicado há largos anos naquela ilha fez questão, com todo o gosto notava-se, de nos aconselhar os melhores locais de visita, porventura não tão turisticos como o próprio fez questão de frisar.

Conscientes de que dificilmente poderiamos dar com todos aqueles locais ou que alguns implicariam longas caminhadas para as quais não nos encontrávamos minimanente preparados, partimos, pois, em direção à Kilt Rock e Mealt Falls, uma extraordinária "parede" da qual se tem uma visão lateral e de onde escorre, como o próprio nome indica, uma queda de água que se afunda num longo precipício.

O passo seguinte, bem mais a norte, eram as ruinas de um castelo local de Duntulm, de facto apenas uma pequena imagem do que terá sido, mas que valia sobretudo pela paisagem deslumbrante, palavra aqui tantas vezes repetida, sobre os campos verdes, onde pastam incontáveis ovelhas e aqui e acolá as "famosos" vacas tipicas escocesas, com a sua proeminante franja, pelagem longa e desgrenhada, de raça Highland Cattle.

Dali seguimos, um pouco mais a sul para o Skye Museum of Island Life, um conjunto impecavelmente conservado de casario tipico daquela ilha há cem anos atrás, de onde se chega a pé até a um cemitério onde descansa mais uma das figuras icónicas da Escócia, Flora MacDonald, com a sua impecável cruz celta, famosa por ter ajudado o Principe Charles Edward Stuart a fugir dos ingleses, disfarçando-o de mulher tendo daí ganho o nome pelo qual haveria de ficar na história como Bonnie Prince Charlie.


A Escócia é tudo isto e algo mais, repleto de mitos, lendas e personagens inesquecíveis, tornados herois nacionais sobretudo pela sua resistência ao invasor inglês.

Ainda mais a sul era tempo de saborear a tradicional e mais famosa bebida escocesa, o whisky, e isso teria de acontecer nos seus tradicionais pubs, mais concretamente o mais antigo pub da ilha, mais exatamente de 1790, onde se saboreou um fabuloso Talisker, um dos mais afamados whiskys locais, cuja distileria fica também na ilha. O local do pub parece saido de um filme, num pequeno casario em fila com o mar pela frente. 

Seguimos para um outro local incrivel, com vistas que não param de surpreender, "obrigando" a uma caminhada que se faz com prazer, o Neist Point Lighthouse, ao qual se chega depois de muitas cruvas, em estradas apertadas onde quase sempre só cabe um carro de cada vez (existem diversos pontos de paragem para deixar passar quem se aproxima, ritual que é respeitado religiosamente).

Era chegado o tempo de literalmente embarcar rumo à main land, mais extamente no porto de Armadale, um dos diversos locais onde o ferry faz essa ligação, mas como não o faz a todo o momento e todo o dia, havia que chegar a horas do ultimo a partir.

O tempo agora parecia mesmo escocês, chuvia ligeiramente e o sol dava lugar às nuvens negras, nada que afligisse ou diminuisse a fantástica passagem pela Ilha de Skye, à qual dá vontade de regressar na certeza de que muito ficou por ver.

De Armadale chega-se a Mallaig, local onde se haveria de jantar e ficar nessa noite.


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